domingo, janeiro 30, 2011




Porque é que quem espera desespera se, afinal, quem espera sempre alcança? E, se a vida são dois dias então porque dizem que 'para sempre' é muito tempo? E, se querer é poder porque é que não é para quem quer é para quem pode?

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Estava ali, parada. Sentia o sol na cara, forçando-me a fechar os olhos. O vento deixava-me a faces frias, mas o aroma que trazia consigo aquecia-me o coração. Aquele perfume fazia-me relembrar bons tempos, deixando um aperto de saudade no peito.















Por vezes preciso afastar-me da confusão da realidade. Sentir a natureza e a sua calma. Ela transmite tranquilidade. Gosto de ver o céu ao final a tarde. Aí, ele transforma-se numa tela de cores. Começa pelo azul forte, passando por uma versão do mesmo mas mais claro, pelo branco, o amarelo torado e o laranja que traça o horizonte quando o sol já se foi mas o seu calor ainda perdura por mais uns minutos.
Fiquei a ver as folhas dançarem ao ritmo da ventania que tem preenchido estes dias. O pôr-do-sol fazia a sua pintura no céu. E eu vagueava. Pensava na forma como a mente nos ilude: já ao anoitecer, quando a luz da lua não ilumina o suficiente, continuo a ver essas folhas que dançam como verdes quando na realidade só lá está preto.
A minha mente vagueia pelo mais absurdo. O Direito e a Criminologia (e o respectivo estudo) passam para segundo plano. Tudo me bem à cabeça. Do mais banal ao que mais me preocupa. Estou desconcentrada. Ou melhor, estou concentrada noutras coisas que não as que me deveriam inquietar o espírito.
O tempo passou e eu nem dei por isso. Como se ele realmente não tivesse passado e não estivessem à minha espera uma catrafada de coisas para fazer.
Respirei fundo, absorvi todo o ar que podia. O ar agora da noite. Como se ele me recarrega-se todas as forças e me desse energia para o que aí vinha.
Abri os olhos e voltei à dura realidade.
Um dia eu vou chegar perto de ti, beijar-te de surpresa e segredar ao teu ouvido o quanto te gosto. Vou abraçar-te e não te largar mais. Vou querer tudo aquilo que não tive até então e recuperar todo o tempo perdido.
Um dia eu vou deixar de sonhar. Vou deixar de esperar e vou agir.
Um dia eu vou deixar de adiar esse dia.

Ou então:
Um dia eu vou esquecer o quanto te quero. Vou afastar-te do meu pensamento e tornar-te apenas numa recordação de um passado que não tive.


Um dia... eu decido.